sexta-feira, 2 de maio de 2008

Djavan ( Lilás 1984 )

por Fabrício Barreto

Houve um período na música mundial de grande revolução sonora. Esse período ocorreu de 1982 à 1985, com fundamental culminância entre 83/84 tendo como grande "botton" o disco Thriller de Michael Jackson.

Artistas recém saídos das turbulentas décadas de 60 e 70 puderam gozar das transformações musicais que envolviam produção e técnica, e de maneira quase imperceptível o padrão de som que era exigido nos trabalhos de grandes nomes da música mundial e naciona,l tornou-se uma necessidade.

Nessa época Steve Wonder, Eric Clapton, Peter Gabriel, Al Jareau, Geoge Benson, Ivan Lins, Michael Jackson apresentaram uma sonoridade peculiar, Os Estados Unidos saiam na frente na busca da qualidade sonora para a indústria fonográfica local.

Lilás (1984), sétimo disco do alagoano Djavan não foge desse processo. Apontando como o sucessor do Luz (1982) e o inicio de um ciclo que só se findaria em 99 com o Bicho Solto – outro disco do artista, Lilás peca apenas por ser um disco curto, ou melhor, de poucas faixas. Considerado como um disco turbulento pelo próprio artista, devido a problemas pessoais, Lilás é o representante brasileiro fiel ao cenário da World Music na década de 80.

Produzido pelo próprio Djavan e por Humberto Gática - midas da musica americana junto com Quincy Jones na época – Lilás é um laboratório de poesia, influencias musicais e construções harmônicas calcadas no pop, jazz, baião, Samba e música romântica - confirmadas respectivamente em faixas como lilás e infinito, transe e esquinas, canto da lira, obi e liberdade.

O disco de 9 faixas assinadas exclusivamente pelo Djavan, embora produzido por ele traz o grande segredo da sonoridade: a utilização de músicos comuns (Paulinho da Costa, Nathan West, David Foster, Ernie Watts)aos artistas internacionais já citados.

Lilás é um disco insuperavelmente moderno se analisarmos o ano que foi produzido e a aposta que o artista fez sobre a produção de sua obra, já que o Brasil era carente de recursos técnicos de gravação. Enfim um disco importante (na minha concepção – o mais) para um artista genial.

Músicas:

  1. Lilás
  2. Infinito
  3. Esquinas
  4. Transe
  5. Obi
  6. Miragem
  7. Íris
  8. Canto da lira
  9. Liberdade

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