quinta-feira, 22 de maio de 2008

Toni Tornado ( BR3 1971 )

O Toni veio do Antônio, o Tornado foi adotado pois "dançava feito um furacão". E foi dançando e berrando como nunca que Antônio Viana Gomes, o Toni Tornado, ganhou o V Festival Internacional da Canção, em 1970. Na ocasião, subiu ao palco exibindo seu volumoso black power, sem camisa e com um sol desenhado no peito. Interpretou BR-3 e venceu a parada, que tinha gente talentosa como Gilberto Gil, Jair Rodrigues e Caetano Veloso. Tornado tem uma história e tanto, que começou em sua cidade natal, Mirante do Paranapanema, interior de São Paulo, de onde saiu em 1942, quando tinha 11 anos. De carona, o garoto foi parar no Rio de Janeiro, onde passou a morar na rua, vendendo amendoin e sendo engraxate. Isso até se alistar no Exército, onde chegou a servir na guerra pelo Canal de Suez, no Oriente Médio. Nos anos 60 viveu como clandestino nos Estados Unidos, onde no Harlem, em Nova York, chegou a trabalhar com o tráfico de drogas, anotando os pedidos dos viciados. Porém, seus dias na terra do Tio Sam estavam contados e nem seu Cadillac, nem tampouco sua ginga black foram capazes de evitar sua deportação. Logo na volta ao Brasil em 1969, com roupas coloridas e cabelo pintado, Tornado foi prontamente levado ao Departamento de Ordem Política e Social (DOPS). Em 1972 ele voltaria a ter problemas, quando durante um show de Elis Regina, subiu ao palco e cantou fazendo o símbolo dos Panteras Negras (o punho erguido). Toni foi preso ao descer do palco e levado novamente ao Dops, onde segundo o mesmo, foi obrigado a cantar Br3 para cada um dos policiais. No mesmo ano, o cantor foi levado para a TV Tupi e a partir daí seguiu sua carreira de ator, participando de vários filmes, minisséries e novelas. O Toni ator interpretou personagens famosos como Rodesio, capanga da viúva Porcina em Roque Santeiro, e Gregório Fortunato, chefe da guarda de Getúlio Vargas na minissérie Agosto, entre outros. Até hoje, o velho Toni continua trabalhando na TV. Com os 77 anos se aproximando, no dia 26 de maio, o cantor e ator continua o figura de sempre, com seu seu jeitão peculiar de ser, a ginga black e é claro, sempre usando o velho "Dom" (uma espécie de "Meu chapa") para finalizar suas frases. Músicas: 1. Juízo final 2. Não lhe quero mais 3. Dei a partida 4. Uma canção para Arla 5. Breve loteria 6. Eu disse amém 7. BR-3 8. Uma vida 9. Papai, não foi esse o mundo que você falou 10. Me libertei 11. O repórter informou 12. O jornaleiro

terça-feira, 20 de maio de 2008

Cartola ( discografia completa )

Chamado "mestre e divino do morro" por musicólogos, Angenor de Oliveira é um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira. De talento intuitivo e refinado, compôs músicas como As Rosas não Falam, cujos versos revelam uma refinada poesia: "Devias vir/para ver os meus olhos tristonhos/e quem sabe sonhavas meus sonhos/por fim". Negro, nascido no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, aos 11 anos foi morar no Buraco Quente, um bairro no Morro da Mangueira. Ganhou o apelido Cartola quando trabalhava em obras, usando um chápeu-coco para não sujar os cabelos de cimento. Aprendeu a tocar cavaquinho desde cedo com o pai. Ainda jovem, costumava ir a missas na Igreja da Glória para ouvir quartetos de coral de Bach e Händel, o que talvez seja um indício de seu refinamento musical, uma vez que não tinha qualquer estudo formal de música. Em 1928, criou, com Carlos Chagas, o Bloco dos Arengueiros, que se transformou na Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira, para quem compôs seu primeiro samba-enredo (Chega de Demanda) e escolheu suas cores verde e rosa. Na década de 1930, vendeu os direitos de gravação de vários sambas, como Divina Dama e Qual Foi o Mal que Eu te Fiz?, lançados por vários intérpretes. Desapareceu nos anos de 1940, só retornando ao meio artístico em 1959, quando foi encontrado, pelo jornalista Sérgio Porto, na rua trabalhando como lavador e guardador de carros no bairro de Ipanema. Mais tarde, investindo na batalha para levar o samba do morro às ruas da cidade, abriu, junto com Eugênio Agostine e sua mulher Dona Zica, o bar Zicartola, que se tornou no mais badalado ponto de encontro de sambistas cariocas. Cartola convidava gente como Elizeth Cardoso, Cyro Medeiros e o trio Pixinguinha, Donga & João da Baiana para cantar no bar a música de "pouco valor" (dialeto sambeiro de então). Sua aceitação no mercado fonográfico só ocorreu nos anos de 1960 e 1970, quando conheceu um pouco de popularidade e gravou músicas como O Sol Nascerá, Autonomia, O Mundo É um Moinho, Tive Sim, Divina Dama, Quem me Vê Sorrir. Gravou seu primeiro LP somente em 1974, aos 66 anos, e, mesmo vivendo em grandes dificuldades financeiras, compôs e cantou até morrer, aos 72 anos.

DISCOGRAFIA COMPLETA (clik na capa para fazer o download)

Fala Mangueira (1968)

Cartola (1974)

Cartola (1976)

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Verde Que Te Quero

Rosa (1977)

Cartola 70 Anos (1978)

Ao Vivo (1982)

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Documento Inédito (1982)

Entre Amigos

Jorge Ben & Gilberto Gil ( Gil e Jorge Ogum Xangô 1975 )

Noite. Na caixa esquerda, Gil. Na direita, Jorge. Na mesa, algumas garrafas de Jurubeba (?), algo mais (??). Dois violões, duas vozes, percussão e baixo. O ensaio desta jam começou anos antes, em trocas mútuas de referências, influências, uma cumplicidade de levada e cor. Começam sob a benção do condutor São Cristóvão, um santo carioca, e evocam Gandhi, quase um orixá por seus filhos baianos. O vinil duplo hipnotiza, ultrapassa os 74 minutos de um CD, tiveram que cortar a viagem ('quem mandou', hein, Polygram?). Mas já é dia, o disco está pronto. (Fonte) Faixas: 01 Meu glorioso São Cristóvão (Jorge Ben) 02 Nega (Gilberto Gil) 03 Jurubeba (Gilberto Gil) 04 Quem mandou (Pé na estrada) (Jorge Ben) 05 Taj Mahal (Jorge Ben) 06 Morre o burro, fica o homem (Jorge Ben) 07 Essa é pra tocar no rádio (Gilberto Gil) 08 Filhos de Gandhi (Gilberto Gil) 09 Sarro (Jorge Ben - Gilberto Gil)
CD 1
CD 2

sábado, 17 de maio de 2008

Lulu Santos - ( Long Play 2007 )

Lulu Santos está de volta com Long Play, mais um trabalho excepcional de sua carreira, com Milton Guedes no sax, Hiroshi Mizutani nos teclados e programações, Dunga no baixo, Xokolate na bateria e Ênio Taquari na percussão. O sucessor de Letra & Música (2005), que superou a marca de 50 mil cópias vendidas, traz 14 faixas com o melhor de seu estilo, algumas já apresentadas pelo cantor e compositor carioca em sua última turnê. Destaques para "Contatos", "Dopamina", "Seu Aniversário", "Olhos de Jabuticaba" e "Domingo Maldito". Vale a pena conferir! 1. Olhos de Jabuticaba 2. Domingo Maldito 3. Seu Aniversário 4. Deixa Isso pra Lá 5. Contatos 6. Ninguém Merece 7. Boa Vida 8. Dopamina 9. Propriedade Particular 10. Se Não Fosse o Funk 11. Olhos de Jabuticaba- Remix 12. Seu Aniversário - Remix 13. Seu Aniversário - Karaokê

terça-feira, 6 de maio de 2008

Milton Nascimento ( Minas - 1975 )

Até que ponto podemos determinar qual o mais importante trabalho de um artista? Será aquele que o revelou para o grande público ou o produzido na maturidade e que se torna por si mesmo uma obra de reconhecido valor? Essa é uma tarefa difícil que divide muitas vezes críticos, pesquisadores e ouvintes. Uns acham que é o disco que o lança no mercado por constar dele musicas que se tornariam referências alem de ser o marco fundamental de sua trajetória. Confesso que já me vi nestas situações e assumo desde já que esta é uma postura que em muitos casos tomo como parâmetro. Essas considerações para mim são necessárias para determinar os motivos que me levaram a escolher dentre os álbuns de Milton Nascimento o LP Minas lançado em 1975 como um dos discos fundamentais da musica popular brasileira e um marco na carreira desse notável artista. Carioca, mas criado em Minas, Milton adquiriu uma mineirice que se revela em toda a sua obra, podemos ate afirmar que o seu nascimento no Rio de Janeiro foi um mero acaso, pois foi nas alterosas que sua sensibilidade brotou e dela ele extraiu toda a essência de sua musicalidade, daí Milton é Minas e Minas é Milton, um não vive sem o outro e ambos se complementam. O disco pode ser considerado como uma síntese de seus, na época, doze anos de carreira, contando com a participação dos amigos do Clube da Esquina. O repertório nele contido traz canções que se incorporaram definitivamente nos clássicos de Milton e representam o ápice dessa sua trajetória. São musicas que marcaram também toda uma geração e fizeram parte da trilha dos anos setenta, consolidando-se hoje como marcos referenciais da musica popular brasileira de um modo geral. Luiz Américo Lisboa Junior - Itabuna Músicas: 01- Minas (Novelli) 02- Fé cega faca amolada (Milton Nascimento/Ronaldo Bastos) 03- Beijo partido (Toninho Horta) 04- Saudade dos aviões da Panair (Milton Nascimento/Fernando Brant) 05- Gran circo (Milton Nascimento/Marcio Borges) 06- Ponta de Areia (Milton Nascimento/Fernando Brant) 07- Trastevere (Milton Nascimento/Ronaldo Bastos) 08- Idolatrada (Milton Nascimento/Fernando Brant) 09- Leila (Venha ser feliz) – (Milton Nascimento) 10- Paula e Bebeto (Milton Nascimento/Caetano Veloso) 11- Simples (Nelson Ângelo) Bonus 12. Norwegian Wood/Bonus 13. Caso Voce Queira Saber Ficha Técnica Produtor fonográfico: EMI/Odeon Produção artística: Ronaldo Bastos Ambientação musical: Wagner Tiso/Milton Nascimento Assistente de produção: Toninho Vicente Contra-regra: Ivanzinho Gravação: Toninho/Darcy Assistente de gravação: Serginho Remixagem: Nivaldo Duarte Corte: Osmar Furtado Montagem: Ladimar Capa: Gafi/Noguchi/Ronaldo Bastos Layout-arte: Noguchi/Wanderley/Barbosa Foto: Cafi Desenho: Milton Nascimento

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Djavan ( Lilás 1984 )

por Fabrício Barreto

Houve um período na música mundial de grande revolução sonora. Esse período ocorreu de 1982 à 1985, com fundamental culminância entre 83/84 tendo como grande "botton" o disco Thriller de Michael Jackson.

Artistas recém saídos das turbulentas décadas de 60 e 70 puderam gozar das transformações musicais que envolviam produção e técnica, e de maneira quase imperceptível o padrão de som que era exigido nos trabalhos de grandes nomes da música mundial e naciona,l tornou-se uma necessidade.

Nessa época Steve Wonder, Eric Clapton, Peter Gabriel, Al Jareau, Geoge Benson, Ivan Lins, Michael Jackson apresentaram uma sonoridade peculiar, Os Estados Unidos saiam na frente na busca da qualidade sonora para a indústria fonográfica local.

Lilás (1984), sétimo disco do alagoano Djavan não foge desse processo. Apontando como o sucessor do Luz (1982) e o inicio de um ciclo que só se findaria em 99 com o Bicho Solto – outro disco do artista, Lilás peca apenas por ser um disco curto, ou melhor, de poucas faixas. Considerado como um disco turbulento pelo próprio artista, devido a problemas pessoais, Lilás é o representante brasileiro fiel ao cenário da World Music na década de 80.

Produzido pelo próprio Djavan e por Humberto Gática - midas da musica americana junto com Quincy Jones na época – Lilás é um laboratório de poesia, influencias musicais e construções harmônicas calcadas no pop, jazz, baião, Samba e música romântica - confirmadas respectivamente em faixas como lilás e infinito, transe e esquinas, canto da lira, obi e liberdade.

O disco de 9 faixas assinadas exclusivamente pelo Djavan, embora produzido por ele traz o grande segredo da sonoridade: a utilização de músicos comuns (Paulinho da Costa, Nathan West, David Foster, Ernie Watts)aos artistas internacionais já citados.

Lilás é um disco insuperavelmente moderno se analisarmos o ano que foi produzido e a aposta que o artista fez sobre a produção de sua obra, já que o Brasil era carente de recursos técnicos de gravação. Enfim um disco importante (na minha concepção – o mais) para um artista genial.

Músicas:

  1. Lilás
  2. Infinito
  3. Esquinas
  4. Transe
  5. Obi
  6. Miragem
  7. Íris
  8. Canto da lira
  9. Liberdade

Arnaldo Baptista ( Loki ? - 1974 )

Arnaldo Dias Baptista é um músico brasileiro, mais conhecido por seu trabalho com Os Mutantes. Sua carreira musical tem início em 1962, quando ele forma com seu irmão Cláudio César, o grupo The Thunders. Em 1966, convida seu outro irmão, Sérgio Dias, a se juntar ao grupo Six Sided Rockers, que já contava com a presença de Rita Lee. O grupo daria origem aos Mutantes. Ali ele desenvolve seus talentos de compositor e arranjador, mas depois de vários problemas e brigas internas, causadas principalmente por seu vício em drogas, ele sai da banda em 1973. Tenta seguir carreira de produtor musical, mas o insucesso o motiva a tentar carreira solo. Lança Lóki ? em 1974, considerado seu melhor trabalho. Lóki? é o primeiro álbum solo de Arnaldo Baptista. Foi lançado em 1974 depois de um suposto ataque nervoso e é considerado um dos melhores álbuns brasileiros dos anos 70 e do rock brasileiro. O álbum expressa sua angústia perante a sociedade pós-moderna, unida á análise desufocantes aspectos da modernidade: poluição, superpopulação, solidão etc. O disco conta com rocks progressivos com a influência do rock dos anos 50 e 60 mas até mesmo de Jazz E Bossa Nova. E se nota também letras românticas. Isso pode ser visto mesmo com a simplicidade dos arranjos. A base conta apenas com Arnaldo nos teclados, Arnolpho Lima Filho (Liminha) no contrabaixo e Dinho Na Bateria. Mas teve arranjos de orquestra comandados pelo maestro Rogério Duprat. Rita Lee participa no backing-vocal.

Faixas:

01 Será Que Eu Vou Virar Bolor? (Arnaldo Baptista) 02 Uma Pessoa Só (ArnaldoBaptista/Sérgio Dias/Liminha/Dinho Leme; Creditado como "Mutantes") 03 Não Estou Nem Aí (Arnaldo Baptista) 04 Vou Me Afundar Na Lingerie (Arnaldo Baptista) 05 Honky Tonky (Patrulha Do Espaço) (Arnaldo Baptista) 06 Cê Tá Pensando Que Eu Sou Loki? (Arnaldo Baptista) 07 Desculpe (Arnaldo Baptista) 08 Navegar De Novo (Arnaldo Baptista) 09 Te Amo Podes Crer (Arnaldo Baptista) 10 É Fácil (Arnaldo Baptista)

Caetano Veloso & Gal Costa ( Domingo - 1967 )

O disco foi editado em 1967 pela gravadora Philips, que posteriormente transformou-se em Polygram (atualmente Universal Music) com uma sonoridade totalmente bossa novista e marcando a estréia de ambos nesta gravadora. Produzido por Dori Caymmi (filho de Dorival) quando foi convidado pelo então diretor João Araújo, pai de Cazuza (1958-1990) para escrever os arranjos. A ele pertence o primeiro grande sucesso de Gal e Caetano, Coração vagabundo. Mesmo não tendo sido um estrondoso sucesso, garantiu um bom reconhecimento à dupla e também foi muito aclamado pelo meio musical da época, como Elis Regina, Wanda Sá, Edu Lobo, Dori Caymmi, dentre outros. Minha senhora foi defendida por Gal no Festival Internacional da Canção (1966). Faixas 01 Coração Vagabundo (Caetano Veloso) 02 Onde Eu Nasci Passa Um Rio (Caetano Veloso) 03 Avarandado (Caetano Veloso) 04 Um Dia (Caetano Veloso) 05 Domingo (Caetano Veloso) 06 Nenhuma Dor (Gilberto Gil, Caetano Veloso) 07 Candeias (Edu Lobo) 08 Remelexo (Caetano Veloso) 09 Minha Senhora (Gilberto Gil, Torquato Neto) 10 Quem Me Dera (Caetano Veloso) 11 Maria Joana (Sidney Miller) 12 Zabelê (Gilberto Gil, Torquato Neto)